O traumatismo crânio-encefálico (TCE) afecta uma grande parte da população mundial e é cada vez mais reconhecido como um problema de saúde significativo, caracterizado por um vasto espetro de sintomas patológicos seguidos de incapacidade a longo prazo. Os vários mecanismos agudos e crónicos pós-lesão podem contribuir para a neurodegeneração. Os doentes com antecedentes de TCE são mais susceptíveis de desenvolver proteinopatia, que é uma caraterística patológica das doenças neurodegenerativas. Este livro centra-se principalmente na epidemiologia, na fisiopatologia e no modelo animal relacionados com o TCE. As lesões cerebrais secundárias que se seguem ao primeiro insulto cerebral constituem uma janela para as intervenções terapêuticas, provocando danos imediatos, graves e permanentes no parênquima. Atualmente, a degenerescência dos axónios, o stress oxidativo, o mau funcionamento das mitocôndrias, a excitotoxicidade e a morte celular apoptótica dos neurónios e da glia são fenómenos característicos após uma lesão secundária tardia do SNC. Apesar do facto de cada caso de TCE ser único e de as pessoas afectadas apresentarem níveis de danos variáveis, padrões de lesões localizadas variáveis e um perfil de recuperação diferente.
